terça-feira, 5 de julho de 2011

Cláudio, mais que um Engenheiro, um Conselheiro


PROFESSOR, como eu o chamava. Nunca foi meu professor de sala de aula, infelizmente cheguei ao CEA tarde demais para ter esse prazer. Mas felizmente, tive a grata satisfação de conhecer, mesmo que por pouco tempo, o professor de vida. Pois era isso, mais que um professor de projetos de aeronaves o Cláudio era um PROFESSOR de vida. Apesar do rápido convívio, pude aprender muito com ele sobre isso. O PROFESSOR foi por várias vezes meu conselheiro, de vida e profissionalmente.

Durante meus anos de CEA passei algumas vezes por decisões difíceis, escolha de atitudes a serem tomadas, e em todas essas vezes era ele a quem eu sempre recorria.  Algumas foram as vezes que liguei em sua casa solicitando um encontro para pedir um conselho, e o Cláudio sempre com o seu “horário alternativo” pedia para eu ir lá às onze horas. Onze horas da noite meus amigos. O PROFESSOR não gostava de visitas na parte da tarde, sempre tirava um longo cochilo depois do almoço, e gostava de atender as pessoas nas altas horas da noite.

Sempre que ia buscar a opinião do PROFESSOR, mesmo que o mundo inteiro me mandasse seguir um caminho A, se o PROFESSOR me aconselhasse o caminho B, era esse por onde eu iria.

A poucos dias atrás quem chegasse ao CEA na parte da tarde e resolvesse pegar algo no almoxarifado iria se assustar com um professor Cláudio deitado no chão de cimento. O máximo que consegui oferecer a ele quando me pediu se poderia deitar um pouco lá, foi um pedaço de papelão velho, mas o PROFESSOR queria apenas tirar o seu cochilo sossegado, e recusou maiores regalias. Por sorte ninguém precisou de nada no almoxarifado e o incomodou.

Vou sempre me lembrar desse professor, incrível mas humilde, deitado no chão, cortando o bolo com o facão enferrujado, tomando coca misturada com cerveja, e de todas as histórias que tive o prazer de conhecer. A última imagem que guardo do PROFESSOR, e do dia de sua partida, dele entrado no CEA e me cumprimentando, sorridente e feliz como sempre era.

Vá com Deus PROFESSOR, sua missão aqui na terra foi muito mais que cumprida. Feliz será aquele que conseguir fazer um décimo do que o PROFESSOR fez por nós aqui na terra. Como comentamos no almoço de domingo, em uma hora dessas o PROFESSOR deve estar contando para Santos Dumont, como é interessante a maquina de CNC que o CEA tem agora.

Por: Antonio Rafael (Toninho)

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