sábado, 9 de julho de 2011

Prof. Cláudio


Entre 2000 e 2001, fui um dos membros do Mini Baja da UFMG. Foram tempos difíceis e de muito trabalho, tanto na oficina quanto em sala de aula (ainda estava no 5º período da Eng. Mecânica). Quando voltamos da competição (a última que ocorreu no autódromo de Interlagos, se não me engano), eu e meu caro amigo "Fortinho" (vulgo Bruno Mashtakow) migramos para o CEA. Foi nessa época que conheci o Prof. Cláudio Barros e acabei tendo o prazer e o privilégio de fazer parte de uma de suas últimas (se não a última) turmas na ênfase em Eng. Aeronática. Não era uma época de muita fartura de recursos financeiros ou de grande divulgação como o CEA possui hoje, mas foi uma oportunidade única e incrível poder participar da "família" do CEA por alguns anos, juntamente com o Prof. Rogério, o então mestrando/doutorando Paulo Iscold e seu pai Iscoldão, "Fortinho", Krisha, "Carlão", "Rivaldo" e "Diney" (e outros colegas que se juntaram ao grupo anos mais tarde), Amarilis e Máscio, o cmt. Daniel e seu pai Prof. Cláudio! Sinto muita falta daquela época. De toda aquela convivência diária no CEA, nossas aventuras com o Curumin em Divinópolis (não esqueço a "infeliz" designação "zero-zero-quase" dada a mim pelo Prof. Cláudio), a construção do 1º protótipo do CEA308 e dos grandes "causos" e histórias contados pelo nosso querido mestre.

Não preciso falar aqui das realizações ou da missão cumprida deste grande homem, pois todos já falaram muito bem sobre isso. Aliás, suas ações e realizações falam por si próprias. Mas gostaria de relatar aqui o quanto sou grato por seu conselhos (sim, o "Toninho" estava certo em seguir as "direções" apontadas pelo Prof. Cláudio). Após anos participando do CEA, e já no último ano de meu curso, acabei me afastando do grupo e mesmo da UFMG como um todo. Tentei recuperar o "fôlego" por algumas vezes e nada deu muito certo. Consegui arrumar forças pra seguir em frente e terminar meu curso. Foi quando fui conversar com meu caro amigo Cláudio. Havia conversando com ele sobre minhas dificuldades e de meu receio em falar com meu então orientador, Prof. Utsch (que eu havia deixado "na mão" quando desapareci da universidade, o que me deixada envergonhado e nada orgulho ou tranquilo). Com suas sábias palavras, o Prof. Cláudio conseguiu me acalmar e me deu sábios conselhos. Confesso aqui que não sou tão religioso (como talvez devesse ser), mas me comoveu muito o fato de que, nesse referido dia, o Prof. Cláudio tenha pegado sua Biblia pessoal (com um monte de anotações, grifos e tudo mais), escrito uma dedicatório na primeira folha e dito algo do tipo: "É pra você. Que esse presente possa iluminar seu caminho, hoje e sempre". Ainda carrego comigo suas palavras e, também, o papelzinho que ele pediu para que cada um de seus (últimos) alunos sorteassem em sala de aula:

"O caminho do justo é todo plano: tu retamente pesas o andar do justo." Is. 26:7

Depois de alguns anos, acabei encontrando, algumas poucas vezes (a última foi há 2 ou 3 semanas atrás), com o Prof. Cláudio e sua esposa "Lulucha" nos corredores da Escola de Engenharia. Ele me deixou muito feliz ao dizer que estava muito orgulho e satisfeito de ver que eu tinha seguido em frente e que estava agora fazendo o doutorado. Ficou muito feliz em saber dos passos que eu estava seguindo e, finalmente, me disse algo que até hoje não sei bem ao certo se era um conselho ou uma ordem. Atualmente, penso que foi um pouco das duas coisas. E creio que ele estava certo mais uma vez...

Cláudio Barros, professor, pai, irmão, tio, amigo, conselheiro, muito obrigado por tudo!!!


Por: José de Ávila Jr. (Linux)

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